sábado, 19 de fevereiro de 2011

Quando eu era criança...



Girava meu corpo bem rapidamente e parava do nada para ver tudo em minha volta rodando.
Fechava a geladeira devagar para ver a luz apagar.
Misturava os shampoos para poder criar um novo tipo de shampoo enquanto tomava banho.
Chamava a professora de tia.
Comia Nesquik puro de morango escondido da minha mãe.
Tinha medo do boneco Fofão e do Chuck – Boneco Assassino.
Ficava treinando minha assinatura para que quando eu crescesse, pudesse usar.
Eu sempre acabava comendo a pasta "Tanddy" de tutti frutti, de morango ou de uva ao invés de usá-la para escover os dentes.
Botava o braço pra dentro da camiseta e fingia que não tinha um braço
Passava por debaixo da catraca do ônibus e sempre queria sentar no banco que ficava no alto.
Morria de medo do Homem do Saco. 

Se existe algo que eu tenho realmente saudade, é da minha infância. Eta tempinho bom aquele que eu não me preocupava com nada, não tinha obrigação de fazer nada, apenas de brincar e ver desenhos na TV; até ir à escola era divertido, porque quando chegava lá ao invés de estudar ia brincar com a turminha. A infância é a parte mais mágica da nossa vida, a mais gostosa de ser vivida. Ah ! como eu queria não crescer, queria ser para sempre criança. Queria continuar tendo medo do escuro, bicho papão e homem do saco, pois é preferível temer a essas coisas, que enfrentar os meus atuais medos que são, de fato, tenebrosos.  

Às vezes tento estender um pouco minha infância tornando-me, por um momento, brincalhona, assistindo filmes e desenhos infantis, mas logo volto ao meu mundo real, de preocupações e deveres a serem cumpridos, e me dou conta que mesmo que eu faça coisas que fazia quando criança, ainda assim, não me sinto como uma criança, pois a ingenuidade e a crença em coisas fantasiosas já não pertencem à minha forma de ver o mundo.  O que me resta é aceitar que o tempo passa, que nossa vida é feita de etapas. O que importa mesmo, é que saibamos viver cada etapa sabiamente e intensamente. Deixe-me ir viver a minha etapa atual: minha juventude, antes que ela acabe e eu fique valha e nostálgica, como estou agora em ralação à minha infância. 
by: Nany Oliver

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